Na igreja de Urones de Castroponce é erguida uma cruz com os crânios de crianças de origem misteriosa.
Pegada deixada pelos Templários?
Vestígio de uma irmandade das almas?
É a fabulosa Espanha de Jesus Callejo o guia imprescindível que leva a Urones de Castroponce – antigamente chamada Surones-, pequena cidade Valladolid situada a menos de oitenta quilômetros ao norte da província e cujo censo mal chega a 130 habitantes.
O nome desta cidade, quase desabitada, só apareceu como atração turística em 1996, quando a grande ideia de seu prefeito – então estudante de teatro – se materializou para organizar uma semana cultural que incluiria um teatro.
Foi provavelmente este acontecimento que permitiu o conhecimento do único ossário que se encontra exposto numa das paredes exteriores da sua igreja de El Salvador, cuja arquitetura mudéjar data do século XVI.
É uma cruz latina, de um metro de comprimento, e cuja silhueta se prolonga numa espécie de base triangular, formada por crânios – aparentemente de crianças – que, como testemunhas mudas e curiosas, parecem inclinar-se como se atravessassem a parede do interior da igreja.
Igreja de El Salvador em Urones de Castroponce
Esta cruz composta de crânios teria permanecido escondida por muito tempo, embora sua existência fosse conhecida pelos “velhos do lugar“.
Só ficaria exposta quando, no início do século XX, algumas obras de remodelação retirassem o reboco que protegia as paredes exteriores.
No entanto, o desinteresse dos vizinhos pelo achado acabou transformando os crânios em alvos, primeiro para o lançamento de pedras e depois para os disparos de espingarda com chumbo, o que explica por que estão tão deteriorados.
E é que, das preocupações dos moradores de Urones – que por falta de nome melhor são conhecidos como “urubus”.
É difícil encontrar um significado convincente para a cruz:
Templários, uma irmandade de almas ou medo da peste?
Quanto ao significado que emerge dessa cruz de caveiras, se não interessou aos seus vizinhos, menos ainda você pode encontrar alguma informação na internet.
Por falta de melhor explicação, há quem o relacione com os Templários que devem ter possuído alguma propriedade naquele lugar, tantas vezes ligados a toda aquela arquitetura cuja estética ostenta um hermetismo esotérico.
O antropólogo de Valladolid José Luis Alonso Ponga é atribuída a hipótese de que poderia ser a manifestação de uma irmandade de almas que, impressionando a congregação com a exibição do dito ossuário como se fosse um outdoor de um centro comercial.
Achamos mais convincente a explicação de Jesús Callejo que, partindo do fato de que a cruz é uma adição posterior à igreja provavelmente de meados do século XVII, respondeu à devoção que permitia aos paroquianos se refugiarem do medo de uma epidemia da peste:
Sugiro a tese de que se trata de um cruzamento penitencial que se fez em consequência de uma epidemia, de tantas ocorridas, entre os séculos XVI e XVII em que morreram os mais fracos: crianças e idosos.
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A morte de crianças numa localidade cuja população é pouco numerosa, tem efeitos catastróficos e traumáticos. O medo, a devoção e a superstição levaram à realização de missas, procissões e cruzes penitenciais em vários pontos da cidade.
No caso específico de Urones, parece haver um propósito de conjuração.
Assim, fizeram este cruzamento com os crânios do infeliz falecido, como talismã protetor com a ideia de neutralizar o risco de futuras epidemias -gripes ou pestes- que dizimariam a população.
E você amigo(a) leito(a) acha que o propósito era mesmo afastar a peste ou outra coisa “oculta” não mencionada na matéria?
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