Uma equipe conjunta de geoquímicos do Woods Hole Oceanographic Institution e do California Institute of Technology descobriu evidências de níveis elevados de hélio-3 nas rochas da Ilha Baffin, o que poderia ser evidência de um vazamento do núcleo da Terra.

Pesquisas anteriores encontraram vestígios de hélio-3 em fluxos de lava na Ilha Baffin, sugerindo a possibilidade de que o núcleo da Terra estivesse vazando.

Isso ocorre porque o hélio-3 é um isótopo antigo que era abundante durante a formação do nosso planeta e ficou preso no núcleo.

Porém, devido à sua natureza, o hélio-3 que chega à superfície escapa rapidamente para a atmosfera e desaparece no espaço. Portanto, o hélio-3 é raro. Se estiver na superfície, é muito provável que tenha saído do núcleo.

Intrigada com esta possibilidade, a equipe de geoquímicos aventurou-se na Ilha Baffin e começou a analisar múltiplos fluxos de lava.

Eles encontraram níveis muito mais elevados de hélio-3 do que os observados em estudos anteriores, mais elevados do que em qualquer outro lugar da Terra. Eles também descobriram proporções elevadas de hélio-3 para hélio-4 (um isótopo comum), as mais altas já medidas em rochas terrestres.

Estas proporções elevadas, sugerem os investigadores, são outra indicação de que o hélio-3 está escapando do núcleo.

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A equipe observa que encontrar níveis tão elevados de hélio-3 em um local terrestre é de grande importância, porque se for possível demonstrar que o material está realmente escapando do núcleo, isso fornecerá aos cientistas uma maneira de estudar o material do núcleo, algo que isso nunca foi feito antes.

Isto poderia revelar mais sobre o núcleo do que se pensava ser possível. Eles também apontam que se o hélio-3 vier do núcleo, é provável que o material circundante também venha, o que ofereceria mais exemplos físicos do material que está no coração do nosso mundo.

O artigo detalhando as descobertas foi publicado na Nature.

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