Dia dos Mortos, uma celebração mística dos vivos e dos mortos
A celebração do Dia dos Mortos é uma das tradições mais antigas e representativas do México. É comemorado em 1 e 2 de novembro.
1º de novembro é o Dia de Todos os Santos e os que morreram de causas ou doenças naturais são lembrados; e em 2 de novembro, depois das 12 horas (de acordo com as crenças), é quando as almas dos falecidos deixam as ofertas e os altares se elevam.
Acredita-se também que as almas das crianças voltem para visitar em 1º de novembro e que as almas adultas retornem no dia 2.
Atualmente, muitas famílias mantêm esse costume vivo, dependendo de cada estado e, embora seja um dia comemorado em todo o país do México, cada um dos 32 estados tem sua marca registrada neste feriado.
E é uma festa em que os vivos encontram os mortos, oferecendo-lhes um verdadeiro banquete de cheiros, cores, sabores e música, para que aqueles de nós que continuamos no plano terreno não esqueçam que a morte é apenas um transição para o eterno, enquanto os mortos “retornam” para viver com seus amigos e familiares.
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O culto ao Dia dos Mortos é um legado ancestral que pode ser visto nas diferentes culturas pré-hispânicas que habitavam o território.
Suas origens são anteriores à chegada dos espanhóis, que tinham uma concepção unitária da alma, uma concepção que os impedia de entender que os nativos atribuíam a cada indivíduo várias entidades psíquicas e que cada um deles tinha, na morte, um destino diferente.
Na mitologia asteca, Mictecacíhuatl é a rainha de Mictlan, a região dos mortos. Ela e seu rei dão as boas-vindas a todos que morrem de causas naturais.
Mas antes de alcançá-lo, o falecido, seja nobre, plebeu ou rico, deve passar por uma longa e dolorosa jornada no Caminho dos Mortos. Quando terminarem sua trajetória, encontrarão os reis de Mictlan, que lhes permitirão desfrutar de descanso eterno.
Mictecacíhuatl é geralmente representada como uma deusa sem carne com cabeça de caveira, seios expostos e numerosas dobras no abdômen que representam seus múltiplos nascimentos.
Em algumas representações, a Rainha da Morte aparece com a mandíbula aberta, dando vida a um guerreiro que sai de suas entranhas e através do pescoço. Em si, ela simboliza o começo e o fim da vida.
Após a conquista, a união das crenças indígenas com o catolicismo forjou um caráter religioso único e colorido, que de alguma forma conservou as memórias ancestrais das antigas tradições pré-colombianas.
O Dia dos Mortos é reconhecido pela UNESCO como Patrimônio Cultural Imaterial, enfatizando a importância de seu significado desde que seja uma expressão tradicional, contemporânea e viva ao mesmo tempo, inclusiva, representativa e comunitária.
Em geral, essa festa inclui práticas como decorar sepulturas em cemitérios e dedicar altares (em casas ou lápides) que incluem vários elementos para levar as almas de volta ao mundo dos vivos.
Dizem que a cor brilhante das flores cempasuchil representa o caminho que os mortos devem seguir; a luz e o calor das velas acendem e as acompanham através da escuridão da sepultura.
Enquanto o aroma suculento dos pratos preparados e colocados nas ofertas “os nutre”, lembrando a importância de compartilhar alimentos com a família.
As oferendas aos mortos são cuidadosamente preparadas com as iguarias favoritas do falecido e colocadas em torno do altar da família e do túmulo, no meio de flores e artesanato, decoração com confetes, fotografias, brinquedos ou qualquer lembrança que une os vivos com os mortos.
Veja um pequeno vídeo (em espanhol) sobre o assunto:
https://youtu.be/9-K9MJDrUso
Falar sobre a maior tradição do México é falar sobre as raízes pré-hispânicas do povo mexicano.
Queremos prestar uma pequena homenagem…
Viva México!
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