No início deste ano, um pequeno lugar na China estava tão quente quanto o Sol por um momento.
O Sol é uma bola de hidrogênio 333 mil vezes mais pesada que a Terra. E a Terra pesa 5940000000000000000000000 kg.
Ou seja: o Sol é muito pesado. Na verdade, ele só se formou porque era pesado.
Agora, uma equipe de cientistas anunciou que o reator Experimental Advanced Superconducting Tokamak (EAST) conseguiu superar a temperatura de 100 milhões de graus Celsius, registrando um novo recorde em fusão nuclear e criando uma possível nova fonte de energia.
Essencialmente uma maquete do núcleo do Sol construída aqui na superfície da Terra, com 11 metros de altura e 360 toneladas.
Este
sol artificial”,
capaz de atingir uma temperatura superior à da nossa estrela, visa estudar a fusão nuclear, além de ser projetado para imitar a forma como o Sol produz seu enorme poder calorífico e luminoso.
O hidrogênio que hoje compõe nossa estrela estava distribuído originalmente em uma nuvem impensavelmente grande e bastante pacífica, que flutuava no espaço aberto, longe de quaisquer outras estrelas.
Foi estabelecida que a temperatura alcançada pelo reator, acima de 100 milhões de graus Celsius (180), excedeu em muito a temperatura do centro de nossa estrela, que é de aproximadamente 15 milhões de graus Celsius.
A essa temperatura, seis vezes superior à alcançada no interior da estrela, a fusão de hidrogênio passa a produzir mais energia do que consome, ou seja; se torna autossustentável.
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O EAST é um reator de tokamak, que tem a forma de uma rosquinha e usa grandes correntes para girar o plasma no interior, confinando-o por campos magnéticos.
Outro tipo de reator, chamado de stellerator, tem a forma de uma rosquinha torcida para torcer os campos magnéticos.
A China faz parte de uma colaboração internacional conhecida como ITER (International Thermonuclear Experimental Reactor), juntamente com outros 34 países, para desenvolver um reator de fusão operacional.
Os experimentos no EAST são algumas maneiras de tornar esse sonho realidade.
Um porta-voz da estatal chinesa CGTN disse em um comunicado:
O EAST, um dispositivo projetado e desenvolvido de forma independente por cientistas chineses para aproveitar a energia da fusão nuclear, está dando mais um passo para manter uma reação de fusão mais estável o maior tempo possível e a uma temperatura ainda mais alta”.
O deuterio e o trítio são ionizados pelo calor. Isto é: perdem seus elétrons. Graças a um campo magnético extremamente intenso, eles são mantidos sob controle, bem pertinho uns dos outros.
Assim, aumentam as chances de que eles trombem, se fundam e produzam átomos de hélio, ainda mais pesados – liberando, de quebra, a energia mais limpa que existe.
Os cientistas esperam usar a fusão nuclear como uma fonte de energia alternativa, é como ter um sol ao seu alcance, controlando-o e se beneficiando dele.
No entanto, é uma enorme potência que pode ficar fora de controle e ainda não entendemos completamente.
3 Comentários
Deixa ela. Ai virão os governos dos países e cobrarão iptu’s do sol…que deve ser uma cacetada!