Pescadores da Costa Registram Animal das Profundezas

Em um dia de fevereiro, em um barco de pesca russo no Pacífico Norte, uma descoberta incomum surpreendeu toda a tripulação.

Quando uma criatura bizarra, parecida com um ser de ficção científica, subiu a bordo, os pescadores não conseguiam acreditar no que viam. Roman Fedortsov, marinheiro experiente com dezoito anos de atuação em alto-mar, mais uma vez encantou (e aterrorizou) internautas de todo o mundo.

A criatura parecia um pequeno “alienígena” cinza e inchado, com olhos fundos e uma boca surpreendentemente aberta. Seu corpo lembrava um balão coberto por uma superfície gelatinosa — um verdadeiro pesadelo emergido das profundezas do oceano. As fotos e vídeos publicados por Fedortsov no Instagram viralizaram em questão de horas, alimentando a curiosidade de quem busca imagens de achados únicos nas profundezas do mar.

Imagem da criatura...
Imagem da criatura…

Nos comentários, internautas deixaram claras as primeiras impressões:

  • “Isso é definitivamente um alienígena!”

  • “Parece o Megamente do desenho animado.”

  • “Lembrei do Lorde das Trevas de Harry Potter.”

  • “É assim que eu fico de manhã, depois de acordar.”

Especialistas logo afirmaram que a criatura não era extraterrestre. Fedortsov explicou que se tratava do Aptocyclus ventricosus, conhecido como peixe-sugador liso ou peixe-bola liso. Essa espécie de águas profundas pertence à família Cyclopteridae e é encontrada naturalmente no norte do Oceano Pacífico — principalmente nas regiões ao redor do Japão, Rússia e Alasca.

O inchaço e a aparência distorcida são consequências das mudanças bruscas de pressão. Quando animais abissais são trazidos rapidamente de grandes profundidades para a superfície, os gases internos se expandem, causando dilatação extrema do corpo. Em seu habitat natural, o Aptocyclus ventricosus apresenta a típica silhueta arredondada, mas sem o aspecto de balão gelatinoso.

O peixe-sugador liso é uma espécie fascinante, adaptada para suportar condições extremas:

  • Pode chegar a 44 cm de comprimento e 2,3 kg de peso.

  • Possui uma ventosa abdominal formada por nadadeiras pélvicas modificadas, que o fixa em rochas mesmo em correntes fortes.

  • Habita profundidades de até 1 700 metros, onde reina a escuridão total e a pressão é imensa.

Imagem da criatura...
Imagem da criatura…

Fedortsov não é um acaso na descoberta de espécies incomuns. Há cinco anos, ele documenta e compartilha imagens das criaturas mais peculiares capturadas por sua equipe. Sua conta no Instagram reúne mais de 600 000 seguidores, todos fascinados pelos mistérios escondidos nas profundezas do mar. Em suas próprias palavras, o objetivo é mostrar ao mundo a diversidade extraordinária da vida subaquática.

O barco de Fedortsov navega pelo Mar da Noruega, Mar de Barents e Atlântico, onde captura peixes comerciais como bacalhau, arinca, halibute e arenque. Porém, redes lançadas entre 300 e 1 000 metros de profundidade frequentemente trazem muito mais do que o esperado. “Algumas criaturas ainda estão vivas quando chegam ao convés, e nós as devolvemos”, conta o pescador. “Mas, infelizmente, a maioria não sobrevive.”

As descobertas de Fedortsov fazem parte de um fenômeno maior: os oceanos permanecem em grande parte inexplorados. Estima-se que menos de 20% dos ecossistemas marinhos foram estudados. Fontes hidrotermais, fossas oceânicas profundas e águas polares abrigam milhares de espécies ainda desconhecidas, prontas para surpreender a ciência e o público.

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