Os jatos do 3I/ATLAS pulsam como um coração: Repetindo a cada 16,16 horas
O objeto interestelar 3I/ATLAS tornou-se um enigma fascinante desde sua descoberta, não apenas por sua origem fora do Sistema Solar, mas por um detalhe que vem deixando astrônomos perplexos: seu brilho apresenta um ritmo de pulsos regulares, como se tivesse um batimento cardíaco.
Essa variabilidade luminosa — difícil de encaixar na explicação clássica de um núcleo alongado em rotação — aponta para um comportamento muito mais complexo da coma, possivelmente controlada por jatos de gás e poeira que se ativam periodicamente, sugerindo uma natureza mais singular do que se imaginava inicialmente.
Desde a detecção inicial, em 1º de julho de 2025, as observações já indicaram um padrão inesperado: uma variação periódica de brilho com ciclo de 16,16 horas. Essa oscilação rítmica primeiro parecia coerente com a hipótese tradicional de um corpo alongado que gira, expondo seções diferentes à luz solar. Contudo, imagens detalhadas e medições da distribuição da luz levaram pesquisadores a questionar essa leitura simplista e a considerar alternativas mais intrincadas.
A variabilidade que não se explica por rotação do núcleo

A primeira dúvida surgiu ao investigar a real origem do brilho oscilante. Se o núcleo fosse a fonte predominante da variação, ele precisaria ser grande o suficiente para dominar a emissão total. Estimativas de tamanho do núcleo, baseadas em restrições observacionais e dados visuais de instrumentos, indicam que ele é provavelmente pequeno demais para produzir sozinho as flutuações observadas. As imagens mostram uma coma ampla, difusa e em expansão — e é essa região que parece carregar a assinatura da variabilidade.
Esse achado gera um dilema: se a mudança de luminosidade não provém do núcleo, a explicação por rotação perde força. Assim, a periodicidade tem de ser explicada por processos que alterem periodicamente a distribuição de luz dentro da coma — isto é, por mecanismos que variem a densidade ou o volume do material ejetado ao longo do tempo. Uma linha de investigação que ganhou força sugere jatos ativados ciclicamente, possivelmente ligados à insolação de áreas voláteis do corpo. Para aprofundar essa linha, pesquisadores têm recorrido a imagens de alta resolução e a análises disponíveis em repositórios como arXiv e em periódicos especializados.
O modelo do “batimento cardíaco” na coma
A hipótese alternativa propõe que a variação de brilho não deriva da orientação do núcleo em relação ao Sol, mas da ativação intermitente dos jatos que alimentam a coma. Conforme regiões específicas do objeto giram para a iluminação solar, depósitos de gelo podem sublimar, liberando gás e partículas que enriquecem temporariamente a coma — um processo que, a cada rotação, causaria picos e quedas de brilho, como uma respiração rítmica.

Medições espectroscópicas e modelos dinâmicos sugerem que o material ejetado poderia deslocar-se por mais de 20.000 quilômetros durante cada período de 16,16 horas, deixando estruturas observáveis na coma. Esses valores se encaixam na faixa de velocidades inferidas por observações espectroscópicas e por modelagens de plumas cometárias; estudos comparativos publicados em fontes como Science e relatórios de observatórios europeus ajudam a contextualizar esses números.
Essa magnitude de deslocamento permite que as variações sejam percebidas mesmo a partir da Terra, com telescópios que não resolvem o núcleo diretamente.
Se a variabilidade for realmente causada por jatos pulsados, abre-se um leque de implicações que ampliam o debate sobre a natureza do objeto. Em corpos naturais, como cometas clássicos, a orientação e a ativação dos jatos tendem a seguir a iluminação solar e a geologia local — padrões relativamente previsíveis.

Contudo, caso 3I/ATLAS seja de origem artificial — uma hipótese remota, mas que tem aparecido em discussões cautelosas — os jatos poderiam mostrar orientações e cadências não correlacionadas com a posição do Sol, possivelmente dirigidas por um mecanismo tecnológico.
Essa distinção é testável: comparar séries temporais detalhadas da orientação dos jatos com o ângulo de iluminação solar pode revelar se os padrões obedecem à física da sublimação ou se exibem desvios que exigiriam explicações alternativas.
Até que conjuntos robustos de imagens e medições sejam compilados, todas as interpretações permanecem provisórias; a comunidade científica tem documentado debates e análises em repositórios e periódicos, que podem ser consultados para acompanhar a evolução das hipóteses (Google Scholar).
A necessidade de observações contínuas
A proposta reconhece uma limitação clara: falta ainda uma análise sistemática da evolução da coma ao longo de dias consecutivos. Observações contínuas e de alta cadência permitiriam verificar se os pulsos luminosos correspondem a regiões ativas específicas, se os jatos mantêm orientação estável ou se apresentam alterações inexplicáveis pela geometria solar. Campanhas coordenadas entre observatórios profissionais e instrumentos espaciais, além de estudos publicados em plataformas como o European Southern Observatory, são essenciais para distinguir entre variação rotacional, jatos termicamente controlados e cenários menos convencionais.

Em um contexto no qual visitantes interestelares são raros, qualquer comportamento atípico merece atenção reforçada — ele pode ampliar nossa compreensão sobre a diversidade de corpos que cruzam o Sistema Solar e, em última instância, sobre processos físicos que não observamos com frequência.
A hipótese do jato pulsado oferece uma estrutura coerente para explicar a variabilidade do 3I/ATLAS sem recorrer imediatamente a um núcleo alongado dominante. Ela direciona o foco para a coma — a região que contém várias pistas sobre dinâmica e composição — e ressalta a importância de dados contínuos e de alta qualidade. Contudo, é imprescindível manter a prudência: interpretações extraordinárias exigem evidências igualmente robustas.
Pesquisas futuras, relatórios técnicos e análises comparativas serão cruciais para determinar se estamos diante de um cometa com padrão de atividade incomum ou de um objeto cuja estrutura desafia modelos tradicionais.
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