Arqueólogo francês consegue decifrar um idioma de 4 milênios atrás

Pedra gravada (2150-2100 aC) e vaso de prata (1900-1880 aC) contendo a língua elamita. Crédito François Desset.
Pedra gravada (2150-2100 aC) e vaso de prata (1900-1880 aC) contendo a língua elamita. Crédito François Desset.
François Desset, um arqueólogo do Laboratório Archéorient em Lyon, finalmente conseguiu decifrar alguns manuscritos antigos do Irã que continham uma linguagem usada há 4 milênios.
Pedra gravada (2150-2100 aC) e vaso de prata (1900-1880 aC) contendo a língua elamita. Crédito François Desset.
Pedra gravada (2150-2100 aC) e vaso de prata (1900-1880 aC) contendo a língua elamita. Crédito François Desset.

O ‘elamita’ é uma língua fonética pertencente ao reino de Elam (atual Irã) e que, devido à sua antiguidade, está no mesmo nível do cuneiforme mesopotâmico e do hieroglífico egípcio, o mais antigo conhecido até hoje.

Sua descoberta ocorreu em 1901, em algumas ruínas da cidade de Susa, quando um grupo de arqueólogos encontrou uma série de embarcações de 4.400 anos, com símbolos misteriosos que ninguém havia conseguido decifrar e permaneceram inteligíveis até agora.

François Desset, é também professor associado da Universidade de Lyon, especialista em Idade do Bronze e Neolítico iraniano, atualmente trabalha na Universidade de Teerã e passou 10 anos tentando decifrar o significado das escrituras.



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Como ele decifrou esta linguagem misteriosa?

O pesquisador conseguiu identificar uma série de personagens que se repetiam e concluiu que eram nomes próprios.

Inscrições de elamita em pedra. Crédito dw - François Desset
Inscrições de elamita em pedra. Crédito: dw – François Desset.

Ele os associou aos nomes de dois governantes elemitas e da deusa local Napirisha, o que lhe permitiu estabelecer tabelas de correspondência com as palavras encontradas.

Graças a esses trabalhos não posso dizer que a escrita apareceu pela primeira vez na Mesopotâmia, apareceu exclusivamente dois roteiros em duas regiões diferentes ao mesmo tempo”,

disse ele a revista Sciences et avenir.

Ao contrário do cuneiforme mesopotâmico, que é fonético (signos que expressam sons) e logogramático (signos que expressam conceitos), o ‘elamita’ é feito de signos que expressam sílabas, consoantes e vogais, segundo o arqueólogo

Da mesma forma, essa linguagem, usada por 1.400 anos, foi escrita da direita para a esquerda e de cima para baixo. Descobrimos isso por volta de 2.300 AC. Havia um sistema de escrita paralelo no Irã e sua versão mais antiga, chamada de escrita proto-elamita (3.300 aC – 2.900 aC), data dos primeiros textos cuneiformes da Mesopotâmia”,

explicou Desset.

Esta linguagem estava em uso contínuo de 2300 a 1900 AC. durante o reinado de diferentes monarcas e dinastias em várias regiões do antigo reino de Elam.

Decifrar essa linguagem também nos permitirá aprender mais sobre essa cultura. Começando, de acordo com Desset, com seu nome, já que o de Elam havia sido dado a ele por cidades externas e elas se chamavam ‘Hatamti’.

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