James Webb revela que o 3I/ATLAS foi moldado por bilhões de anos de radiação
								James Webb detecta crosta irradiada no 3I/ATLAS
Simulações e observações do Telescópio Espacial James Webb revelaram que o cometa interestelar 3I/ATLAS possui uma crosta espessa e profundamente irradiada que já não se assemelha ao material do seu sistema estelar de origem. Relatório técnico do JWST.
Novos dados mostram que o 3I/ATLAS está extremamente irradiado devido a bilhões de anos de bombardeio por raios cósmicos galácticos — uma transformação gradual, quase imperceptível no dia a dia, mas brutal quando acumulada ao longo de eras. Observações do James Webb, combinadas com simulações computacionais, indicam que essa radiação modificou a superfície do cometa a ponto de torná-la praticamente irreconhecível em relação à sua composição primordial. Relata uma cobertura jornalística da Live Science.
Origem do CO₂: radiação galáctica explica o enriquecimento

Os pesquisadores sugerem que o elevado enriquecimento em dióxido de carbono (CO₂) detectado no coma do cometa não é simplesmente uma característica de nascimento, mas sim o produto da conversão induzida por partículas de alta energia: raios cósmicos atingem monóxido de carbono (CO) e o transformam em CO₂ ao longo de bilhões de anos no espaço interestelar. Essa interpretação conecta diretamente os espectros medidos pelo JWST e pelas missões de acompanhamento às reações químicas induzidas por radiação. Conforme o preprint dos autores na Maggiolo et al. (arXiv).
Em termos práticos, os autores estimam que o efeito da irradiação atingiu profundidades da ordem de 15 a 20 metros na crosta do núcleo — uma “casca” escura e orgânica que hoje domina o que vemos quando o cometa ativa sua coma perto do Sol. Essa camada irradiada pode esconder as condições originais do objeto, tornando mais difícil — mas também mais fascinante — inferir a composição do ambiente em que o cometa se formou. Para contexto sobre as observações e interpretação, veja também a cobertura do SPHEREx sobre o coma rico em CO₂.
Implicações: mudança de paradigma no estudo de objetos interestelares
“É muito lento, mas ao longo de bilhões de anos, o efeito é muito forte”,
afirmou Romain Maggiolo, autor principal do estudo e pesquisador do Royal Belgian Institute for Space Aeronomy, destacando que o envelhecimento por radiação altera profundamente o que um observador remoto registra.

As afirmações de Maggiolo e a descrição do trabalho como potencial “mudança de paradigma” deixam claro que interpretar objetos interestelares exigirá agora considerar processos de GCR (galactic cosmic rays) como agentes principais de transformação superficial.
Os achados apoiam-se tanto em observações diretas quanto em modelagem: imagens e espectros obtidos pelo JWST em agosto, junto com medições independentes do orbitador SPHEREx da NASA, documentaram uma coma dominada por CO₂ — um sinal que se encaixa no cenário de processamento por raios cósmicos apresentado pelos modelos.
O 3I/ATLAS passou pelo periélio em outubro, e enquanto se aproxima e se afasta do Sol os cometas aquecem e liberam gases — processo que, neste caso, provavelmente amostra principalmente a camada irradiada externa. Os autores apontam que só com erosão solar muito intensa seria possível revelar material original aprisionado em profundidades maiores, portanto a janela de oportunidade para estudar qualquer “pristino” está sujeita ao jogo entre erosão e profundidade do processamento por GCR.

Os pesquisadores também ressaltam que, apesar das transformações, o 3I/ATLAS ainda guarda informações científicas valiosas — mas exige cautela interpretativa: o que vemos hoje pode ser um registro da sua vida interestelar, não necessariamente do seu berço estelar. Em outras palavras, externamente o cometa é agora um produto da sua jornada, e não um retrato fiel do ambiente onde nasceu.
Nas simulações adaptadas pelos autores, 1 bilhão de anos de exposição foi suficiente para começar a formar a crosta irradiada; estendendo o processo a várias centenas de milhões ou bilhões de anos, a transformação atinge profundidades que fazem com que a face externa do cometa represente mais a sua jornada interestelar do que a sua origem natal. Ainda assim, os testes de laboratório e os modelos têm limitações — eles reproduzem mecanismos conhecidos, mas podem não capturar por completo todas as condições reais do ambiente interestelar.
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