Desde que o filósofo Nick Bostrom propôs na prestigiada revista científica The Philosophical Quarterly que o universo e tudo nele poderia ser uma simulação, tem havido intensa especulação e debate público sobre a natureza da realidade.
Intelectuais públicos como Tesla e o CEO do Twitter, Elon Musk, avaliaram a inevitabilidade estatística de nosso mundo ser pouco mais do que um código verde em cascata.
Artigos recentes se basearam na hipótese original para testar ainda mais os limites estatísticos da hipótese, argumentando que a probabilidade de vivermos em uma simulação pode ser de 50 a 50(clique ou toque aqui).
Embora pareça algo saído da ficção científica, vários cientistas renomados nunca descartaram essa hipótese, dada a imensa quantidade de matemática envolvida no universo e os diversos fenômenos que não podem ser explicados pela ciência.
E agora um cientista criou um modelo matemático para testar um conjunto de hipóteses que podem determinar se os humanos vivem em uma simulação de computador.
Vivemos em uma simulação
O professor de física Melvin M. Vopson, pesquisador da Universidade de Portsmouth, no Reino Unido, propôs um protocolo experimental para provar ou refutar a teoria da simulação.
Vopson acredita que o universo simulado contém muitas informações em todos os lugares, dados que não são visíveis a olho nu, mas que constituem a “quinta forma da matéria”.
O experimento consiste em “apagar” as informações contidas nas partículas elementares, deixando que as antipartículas (aquelas com carga negativa) as aniquilem com um flash de fótons.
Para isso, o físico afirma ter calculado o “conteúdo de informação” esperado por partícula elementar.
Vopson explica que previu uma gama de frequências esperadas dos fótons resultantes desse bombardeio com base na “física da informação”.
Ele afirma que é possível fazer os testes com as ferramentas atuais, mas precisa arrecadar dinheiro para realizar os experimentos.
Existem também outras abordagens igualmente interessantes. O falecido físico John Barrow argumentou que uma simulação criaria pequenos erros de cálculo que o programador teria de corrigir para mantê-la funcionando.
Isso refletiria as constantes fundamentais da natureza que podem mudar ao longo do tempo; monitorá-los, portanto, seria uma opção viável para chegar à conclusão.
A teoria do universo simulado
A teoria da simulação tem como uma de suas bases a imensa dificuldade de cientistas de todo o mundo em explicar as constantes físicas. O surgimento do Big Bang, a expansão do universo, a incrível variedade de planetas e outros aspectos, no mínimo, curiosos.
Os pesquisadores não conseguem explicar como um vasto espaço vazio conseguiu mudar a ponto de oferecer as condições adequadas para a vida.
Como as leis e constantes físicas se alinharam tão perfeitamente para possibilitar a formação de estrelas, planetas, especialmente esse azul em que surgiram os humanos?
O professor Vopson afirma que tal conjunto de fatores não seria uma mera consequência: a coisa toda seria uma enorme simulação estilo Matrix, criada e constantemente ajustada por alguém.
O físico até menciona uma espécie alienígena avançada, mas deixa a resposta em aberto. O estudioso afirma que existem algumas evidências que sugerem que nossa realidade física pode ser uma realidade virtual simulada.
“Qualquer mundo de realidade virtual será baseado no processamento de informações”,
Explica o professor Vopson ao ScienceAlert.
“Isso significa que tudo é digitalizado até um tamanho mínimo que não pode ser subdividido: bits.”
Segundo o professor, parece imitar nossa realidade quântica, com átomos e partículas. Os bits de espaço seriam ainda menores, com energia, comprimento e tempo reduzidos. Simplificando, nosso mundo é pixelizado.
A física da informação
Existe um ramo da física destinado a estudar algo muito específico:
O fluxo de informações como fator desencadeador de fenômenos naturais.
Este ramo da ciência, chamado de “física da informação”, sugere que o espaço-tempo e a matéria são compostos de bits de dados de computador.
Tais conceitos são vistos como algo inatingível pelas pessoas, mas perfeitamente controlados pela simulação na qual o ser humano está inserido. Na prática, significa dizer que os alienígenas (ou quem estiver no comando) podem fazer ajustes pontuais para melhorar ou piorar as coisas.
Para reforçar a tese desses cientistas, o professor Vopson volta a mencionar os átomos. Essa unidade fundamental da matéria não tem temperatura, mas seu movimento excessivo gera calor.
Especialistas da área entendem que as leis da física, responsáveis por tudo no universo, também se assemelhariam a linhas de código de computador.
“Equações matemáticas, números e padrões geométricos estão presentes em todos os lugares: o mundo parece ser inteiramente matemático”,
Analisa Vopson.
Esta ideia não é nova
O filme Matrix já foi citado como exemplo de simulação, mas o conceito é mais antigo.
Em 1989, o físico John Archibald Wheeler sugeriu que o universo é fundamentalmente matemático e pode ter surgido de informações, levando-o a cunhar o termo “aquele bit”.
O “isso” seria a matéria presente no espaço e o “bit” (termo utilizado na computação) seria a observação humana de fenômenos universais.
Em 2003, o filósofo Nick Bostrom, da Universidade de Oxford, Reino Unido, formulou sua hipótese de simulação.
Bostrom argumentou que a humanidade teria atingido um nível tecnológico tão avançado que poderia ter criado vários universos simulados.
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Os habitantes desses universos seriam seres humanos, que acreditam ter consciência de sua existência devido ao realismo da simulação, mas seriam apenas IA baseada em aprendizado de máquina.
O físico Seth Lloyd, do Massachusetts Institute of Technology, nos Estados Unidos, levou a hipótese de simulação para o próximo nível. O estudioso sugeriu que todo o Universo poderia ser resultado de um computador quântico gigante.
Ainda não há conclusão, já que experimentos concretos nunca foram feitos. A verdade é que os mistérios da realidade parecem ir muito além da compreensão humana atual.
O professor Volpi pode ser o primeiro a colocar esse conjunto de teorias em prática. Além disso, ele considera que quanto mais a comunidade científica levar a sério a hipótese da simulação, maiores serão as chances de um dia podermos comprová-la ou refutá-la.
O enredo de Matrix será verdadeiro?
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