A “Santa” ou a “Demoníaca” Inquisição?

A Santa Inquisição foi criada na Idade Média (século XIII) e era dirigida pela Igreja Católica Romana
A Santa Inquisição foi criada na Idade Média (século XIII) e era dirigida pela Igreja Católica Romana.
A “Santa” Inquisição foi criada na Idade Média (século XIII) e era dirigida pela Igreja Católica Romana. Milhares de pessoas foram torturadas e assinadas em nome de Cristo.
É a vontade de Deus?
É a vontade de Deus?

Imagine:

Você e sua família na tranquilidade de seu humilde lar, e de repente chega o Inquisidor acusando sua mulher, ou seus filhos de bruxaria, são arrancados com extrema violência, trancados em calabouços escuros e até queimados vivos, e você simplesmente não pode fazer nada, e o pior de tudo escutar essas palavras:

É a vontade de Deus!”

Amigo posso ser “leigo”, mas o Jesus Cristo que conheço prega o amor para todos os seres vivos, e não importa se você não acredite nele.

Por isso caro leitor, leia toda a matéria abaixo, deixe sua opinião?

A Inquisição tinha o direito de torturar e matar milhares de inocentes? Tinha o direito de manchar o nome de Cristo?

Era “Santa” ou “Domoniaca”?

As punições tornaram-se bem mais pesadas com a instituição da morte na fogueira, da prisão perpétua e do confisco de bens – que transformou a Inquisição numa atividade altamente rentável para os cofres da Igreja.

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Todos os suspeitos eram perseguidos e julgados, e aqueles que eram condenados, cumpriam as penas que podiam variar desde prisão temporária ou perpétua até a morte na fogueira, onde os condenados eram queimados vivos em plena praça pública.

As punições tornaram-se bem mais pesadas com a instituição da morte na fogueira, da prisão perpétua e do confisco de bens – que transformou a Inquisição numa atividade altamente rentável para os cofres da Igreja. Todos os suspeitos eram perseguidos e julgados, e aqueles que eram condenados, cumpriam as penas que podiam variar desde prisão temporária ou perpétua até a morte na fogueira, onde os condenados eram queimados vivos em plena praça pública.

A crueldade dos inquisidores era tamanha que o próprio papa chegou a pedir aos espanhóis que contivessem o banho de sangue.

A migração de judeus expulsos da Espanha para Portugal, em 1492, fez com que a perseguição se repetisse com a criação do Santo Ofício lusitano, em 1536.

A verdade é que esses grupos já formavam uma poderosa burguesia urbana que atrapalhava os interesses da nobreza e do alto clero.

O apoio dos reis logo aumentou o poder do Santo Ofício, que, para piorar, passou a considerar como heresia qualquer ofensa

à fé e aos costumes”.

Por exemplo, quem usasse toalhas limpas no começo do sábado ou não comesse carne de porco era acusado de Judaísmo. A lista de perseguidos também foi ampliada para incluir protestantes e iluministas, homossexuais e bígamos.

Aos perseguidos, não lhes era dado o direito de saberem quem os denunciara, mas em contrapartida, estes podiam dizer os nomes de todos seus inimigos para averiguação deste tribunal medieval.

Com o passar do tempo, esta forma de julgamento foi ganhando cada vez mais força e tomando conta de países europeus como: Portugal, França, Itália e Espanha. Contudo, na Inglaterra, não houve o firmamento destes tribunais.

Muitos cientistas também foram perseguidos, censurados e até condenados por defenderem ideias contrárias à doutrina cristã. Um dos casos mais conhecidos foi do astrônomo italiano Galileu Galilei, que escapou por pouco da fogueira por afirmar que o planeta Terra girava ao redor do Sol (heliocentrismo).

Giordano Bruno
Giordano Bruno

A mesma sorte não teve o cientista italiano Giordano Bruno que foi julgado e condenado a morte pelo tribunal.

As mulheres também sofreram nesta época e foram alvos constantes.

Os inquisidores consideravam bruxaria todas as práticas que envolviam a cura através de chás ou remédios feitos de ervas ou outras substâncias.

As

bruxas medievais”

que nada mais eram do que conhecedoras do poder de cura das plantas também receberam um tratamento violento e cruel.

Este movimento se tornava cada vez mais poderoso, e este fato, atraía os interesses políticos.

Durante o século XV, o rei e a rainha da Espanha se aproveitaram desta força para perseguirem os nobres e principalmente os judeus.

No primeiro caso, eles reduziram o poder da nobreza, já no segundo, eles se aproveitaram deste poder para torturar e matar os judeus, tomando-lhes seus bens.

Durante a esta triste época da história, milhares de pessoas foram torturadas ou queimadas vivas por acusações que, muitas vezes, eram injustas e infundadas.

Com um poder cada vez maior nas mãos, o Grande Inquisidor chegou a desafiar reis, nobres, burgueses e outras importantes personalidades da sociedade da época.

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O Brasil nunca chegou a ter um tribunal desses, mas emissários da Inquisição aportaram por aqui entre 1591 e 1767. Calcula-se que 400 brasileiros foram condenados e 21 queimados em Lisboa, para onde eram mandados os casos mais graves.

Os inquisidores portugueses fizeram 40 mil vítimas, das quais 2 mil foram mortas na fogueira. Na Espanha, até a extinção do Santo Ofício, em 1834, estima-se que quase 300 mil pessoas tenham sido condenadas e 30 mil executadas.

O Cruel e Louco Tomás de Torquemada
Tomás de Torquemada
Tomás de Torquemada

Fanático. Cruel. Intolerante. Nos registros históricos, não faltam adjetivos depreciativos para definir o frei dominicano Tomás de Torquemada (1420-1498), o mais duro inquisidor de todos os tempos. Organizador do Santo Ofício espanhol, ele era confessor e conselheiro dos reis Fernando e Isabel.

Em 1483, essa influência rendeu-lhe a nomeação de inquisidor-geral, responsável pelos 14 tribunais na Espanha e suas colônias. Logo de cara, autorizou a tortura para obter confissões, ampliou a lista de heresias e pressionou os reis a substituir a tolerância religiosa pela perseguição aos judeus e aos conversos.

Resultado: ao final de sua gestão, mais de 170 mil judeus foram expulsos da Espanha e 2 mil pessoas viraram cinza nas fogueiras.

Por fim, esta perseguição aos hereges e protestantes foi finalizada somente no início do século XIX.

A Inquisição abusava da crueldade para punir quem se desviasse da fé católica
  1. O Julgamento
Milhares de pessoas foram torturadas e assinadas em nome de Cristo
Milhares de pessoas foram torturadas e assinadas em nome de Cristo

Um grupo de monges do Santo Ofício chegava à aldeia e reunia toda a população na igreja. No chamado Período de Graça, que durava um mês, convidavam os pecadores a admitirem suas heresias.

Quem se confessasse, em geral se livrava das penas mais severas.

Quem não aproveitasse o Período de Graça poderia ser denunciado. Como a Inquisição incentivava a delação, o pânico era generalizado: todos eram suspeitos em potencial.

O acusado era convocado a se defender no tribunal. O suspeito era interrogado por três inquisidores. Um deles, o inquisidor-mor, dava a sentença final.

A defesa era difícil: raramente o réu tinha direito a um advogado. Para arrancar confissões, o Santo Ofício colocava espiões no encalço do suspeito e recorria a tenebrosas práticas de tortura

  1. As Torturas

O inquisidor-mor variava a crueldade dos castigos conforme a heresia. Os mais leves incluíam deixar o acusado acorrentado, sem comer nem dormir por vários dias.

Mas os relatos históricos registram outros bem mais dolorosos, como os aparelhos chamados potro e extensão. Para amedrontar os acusados, os carrascos faziam uma demonstração de como funcionavam esses dispositivos.

Para abafar os gritos, era comum colocarem colchões nas portas!

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O livro Prisioneiros da Inquisição traz a história de Jean Coustos, mestre da loja maçônica de Lisboa, condenado pelo tribunal.

Coustos passou pelos horrores do potro em 1743:

Me prenderam com uma argola no pescoço, um anel de ferro em cada pé e oito cordas que passavam por furos no cadafalso. Ao sinal dos inquisidores, elas foram puxadas e apertadas pelos carrascos. As cordas entravam na carne até os ossos e faziam jorrar sangue. Repetiram a tortura por quatro vezes. Perdi a consciência e fui levado de volta à minha cela sem perceber”

Seis semanas depois, o maçom foi submetido a outra tortura: a extensão.

As cordas, puxadas por um torniquete, faziam com que os punhos se aproximassem um do outro, por trás. Puxaram tanto que as minhas mãos se tocaram. Desloquei os dois ombros e perdi muito sangue pela boca. Repetiram três vezes o mesmo tormento antes de me devolverem à cela”.

Nos meses seguintes, Coustos ainda sofreu mais uma série de torturas até confessar. Foi condenado a quatro anos de trabalhos forçados em 1744.

  1. As Sentenças
A Santa Inquisição foi criada na Idade Média (século XIII) e era dirigida pela Igreja Católica Romana
A Santa Inquisição foi criada na Idade Média (século XIII) e era dirigida pela Igreja Católica Romana

As punições iam das mais brandas (como a excomunhão) às mais severas (como a prisão perpétua e a morte na fogueira)

A execução na fogueira ficava a cargo do poder secular.

Se o condenado renunciasse às heresias ao pé do fogo, era devolvido aos inquisidores. Se sua conversão à fé católica fosse verdadeira, ele podia trocar a morte pela prisão perpétua.

Quando descobria-se que um defunto havia sido herético, seu cadáver era desenterrado e queimado!

Para serem vistos pelo público, os prisioneiros subiam em um palco. Os que eram obrigados a vestir as chamadas marcas de infâmia, como a cruz de Santo André, chegavam a ser agredidos pela multidão.

Outros levavam velas e vergastas nas mãos para serem chicoteados pelo padre durante a missa!

Então ainda tem dúvidas?

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