Stranger Things: a Eleven da vida real era russa

Superhumanos capazes de usar a mente para se comunicar, mover objetos e controlar pessoas estão por todos os lados na ficção
Mesmo depois de conhecermos um dúzia de X-Men com esse poder, Stranger Things ressuscitou a fascinação geral pelos telecinéticos com a personagem Eleven.

Superhumanos capazes de usar a mente para se comunicar, mover objetos e controlar pessoas estão por todos os lados na ficção

Superhumanos capazes de usar a mente para se comunicar, mover objetos e controlar pessoas estão por todos os lados na ficção.

Sem muitos spoilers, a menininha é capaz de levitar objetos e trancar portas, mas cansou de ser cobaia de cientistas que avaliavam seus poderes.

Seja como for, Eleven tem um paralelo no mundo real. Cinquenta anos antes de ela tomar conta da internet, apareceu para o mundo Ninel Kulagina uma paranormal que alegava mover objetos com a mente, e que por conta disso passou anos de sua vida sob a análise de pesquisadores soviéticos.

Foi nesse cenário que cientistas da URSS descobriram Ninel Kulagina, em 1964. Nascida em São Petersburgo.

O nome de solteira de Kulagina era Ninel Sergeevna Mikhailova (ortografia alternada: Ninel Sergeyevna Mikhailova ), também relatado como Nelya Mikhailova.


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Ela teria sido conhecida como operadora de rádio em um regimento de tanques do exército russo durante a Segunda Guerra Mundial.

Ela é retratada à esquerda de uniforme usando suas medalhas

Ela se juntou aos militares aos 14 anos junto com seu pai, irmão e irmã para defender sua cidade natal de Leningrado contra as tropas do Exército alemão no que historicamente se tornaria conhecido como o Cerco de Leningrado, durante a qual mais de um milhão de moradores morreram, principalmente de fome.

Em janeiro de 1944, aos 17 anos, ela foi hospitalizada após ser ferida no estômago durante uma batalha. Recuperando-se, em julho de 1944, ela foi designada para o departamento de distribuição do regimento.

Por sua bravura, recebeu uma medalha de “Mérito Militar” e uma medalha “Pela Defesa de Leningrado” e foi promovida a sargento.

Seus anos de serviço foram de abril de 1941 a junho de 1946, de 14 a 19 anos.

Por conta da Guerra Fria, Estados Unidos e União Soviética investiram em pesquisas sobre a paranormalidade, na esperança de encontrar vantagens que pudessem ser exploradas de uma perspectiva militar.

A telepatia, chamada em pseudocientifiquês de

comunicação biológica”,

também era um tema estudado, principalmente pelo Instituto de Pesquisa Cerebral na Universidade de Leningrado.

Motivo:

Os soviéticos queriam descobrir uma forma de entrar em contato com submarinos sem precisar de tecnologia. Já a telecinese, a capacidade de mover objetos com a mente, poderia ser usada para desviar ou sabotar mísseis teleguiados, imaginavam os russos.

Ninel (que ficou conhecida no Ocidente como Nina) dizia que, desde que se conhecia por gente, objetos se moviam ao seu redor quando ficava brava.

Tinha 33 anos quando entrou em contato com estudiosos da paranormalidade pela primeira vez.

A primeira demonstração de telecinesia aconteceu em março de 1964, na presença de um grupo de funcionários. Professor Vasiliev convidou para este evento o ex-médico naval, psiquiatra, professor E. Vishnevsky.

Instituto de Pesquisa Cerebral na Universidade de Leningrado

O agitado Ninel Sergeevna estava sentado em uma pequena mesa coberta com um jornal com um estojo de metal verticalmente de um charuto cubano.

Lentamente ela balançou a cabeça. Sua respiração se tornou mais frequente. Todos puderam ver como sua tensão estava crescendo.

Finalmente, ela conseguiu mover o estojo por cinco centímetros sem tocá-lo com as mãos. O movimento na frente de todos aconteceu rapidamente, de forma brusca.

Em seguida, começou as conversas animadas, trocas de opiniões, todos os tipos de julgamentos, como geralmente acontece durante os experimentos.

Depois, teria aprendido a controlar seus “poderes” com meditação e concentração – mas, segundo ela, as habilidades vinham com um custo físico e causavam fortes dores na coluna a cada vez que fazia uma bolinha rodar, por exemplo.

Entre os anos 60 e 80, Nina foi avaliada por mais de 30 cientistas soviéticos. O biólogo e parapsicólogo Edward Naumov filmou seu desempenho várias vezes e espalhou os vídeos pelo mundo.

A história passou a ser acompanhada pela imprensa americana.

Em 1978, o jornal The Pittsburgh Press publicou relatos de que, além de telecinese, Nina conseguia enxergar objetos guardados nos bolsos das pessoas.

O cientista russo Fenady Sergeyev contou ao jornal que Nina foi a um laboratório onde um sapo acabara de ter o coração removido.

Fora do corpo do anfíbio, o coração estava sendo acompanhado por sensores de um cardiograma. Em geral, o coração do animal leva 4 horas nessas condições até parar de bater.

Segundo Sergeyev, Nina foi capaz de fazer o órgão bater mais rápido, mais devagar e depois parar por completo em questão de minutos.

Depois de se tornar uma celebridade nacional, Kulagina passou a ser criticada por céticos, como James Randi, o desmascarador profissional de charlatães.


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Nenhum dos testes com Nina tinha sido feito em condições controladas, e suas demonstrações mais poderosas (além do sapo, ela teria separado a gema e a clara de um ovo a dois metros de distância) não chegaram a ser filmadas.

Para Randi, truques bem feitos poderiam enganar até mesmo cientistas, e os vídeos –  que mostram bússolas girando, pequenas caixas sendo movidas e um fósforo flutuando para fora de uma pilha dentro de uma caixa de vidro – poderiam ser forjados com imãs nas mãos e pequenos fios de nylon.

Por esses tipos de crítica, Kulagina chegou a processar uma revista russa por calúnia em 1987. Cientistas como Naumov foram testemunhas a seu favor, e ela saiu vencedora.

Mesmo assim, a maioria dos críticos nunca engoliu os supostos poderes de Nina, e acusaram o governo soviético de ser conivente com a farsa para assustar os americanos – que temeriam o fato de a URSS ter uma

arma secreta sobrenatural”.

Apesar de suas alegadas habilidades sobre o batimento de corações, a russa morreu de um infarto fulminante, em 1990, com 64 anos. Nessa época, ela dizia não ter mais suas habilidades.

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