O registro egoísta! Um vídeo interno do Google que revela visão assustadora do futuro

=-Podemos ter uma noção de como o futuro será marcado e direcionado pela inteligência artificial...
Nesta matéria, podemos ter uma noção de como o futuro será marcado e direcionado pela inteligência artificial. Hoje nossas escolhas de consumo e comportamento já são influenciadas pelo Google através de seus algoritmos, que a partir dos hábitos de busca de informações, compras, dados compartilhados, nos oferecem produtos e informações baseados no nosso perfil e hábitos. Ou seja, já refletimos um ciclo vicioso de escolhas e hábitos, que são ainda mais reforçados pela inteligência artificial, como uma bolha virtual que delimita nossa vida, pensamentos e emoções.

Podemos ter uma noção de como o futuro será marcado e direcionado pela inteligência artificial...

Reflitam sobre o que desejam para suas vidas, pois o ser humano do futuro terá menores chances de exercer seu poder de escolha e expressão de sua alma. E chegou o momento de escolher continuar a encarnar neste planeta ou seguir adiante.

Ele se chama The Selfish Ledger (algo como “O registro egoísta”), e foi produzido no final de 2016 pelo Google X – a divisão de projetos avançados da empresa. É um material interno, não se destina ao público em geral. Mas o site americano The Verge obteve uma cópia e publicou.

O vídeo começa contando a história de Jean-Baptiste Lamarck, que

em 1809, cinquenta anos antes que Darwin publicasse A Origem das Espécies, escreveu a primeira teoria completa da evolução.”

Para Lamarck, o comportamento de um indivíduo pode alterar seu código genético – o que Darwin, com a teoria da seleção natural, refutou. Mas hoje a ciência trabalha com o conceito de epigenética, que é uma espécie de meio termo: o que você faz não altera o seu DNA, mas pode ligar ou desligar determinados genes – e essa modificação pode ser transmitida aos seus descendentes. Em seguida, o vídeo menciona Richard Dawkins e seu conceito de gene egoísta: nós somos controlados por nossos genes, e existimos apenas para reproduzi-los.

A ideia do Google é pegar esses dois conceitos (a epigenética e o egoísmo dos genes), e aplicá-los aos dados.

Conforme usamos a tecnologia, uma trilha de informações é criada (…) Esses dados descrevem as ações, decisões, preferências, deslocamentos e relacionamentos” de cada pessoa, diz o vídeo. Eles são “uma versão codificada de nós mesmos, que se torna cada vez mais complexa.”

Em vez de obedecer aos nossos genes, obedeceríamos aos nossos dados – e esses dados, além de nortear nosso comportamento, poderiam ser transmitidos a nossos filhos, por meio do tal “registro egoísta”: um arquivo digital, salvo na nuvem. O Google seria responsável pela criação e manutenção desse registro, coletando o máximo possível de informações sobre cada usuário. O vídeo mostra pessoas sendo monitoradas em várias situações do cotidiano, e recebendo sugestões não-solicitadas do Google. “O comportamento do usuário pode ser modificado”, afirma o vídeo.

Questionado pelo The Verge, o Google declarou:

Nós entendemos se o vídeo for desconfortável – ele foi projetado para ser”. Segundo a empresa, trata-se apenas de “um experimento”, que utiliza “uma técnica conhecida como design especulativo para explorar ideias e conceitos desconfortáveis para promover debate e discussão”. O Google também disse que o vídeo “não é relacionado a quaisquer produtos atuais ou futuros”.

esmo assim, ele é inegavelmente perturbador, por vários motivos. Primeiro, porque surge num momento em que as pessoas já estão preocupadas com a coleta dos seus dados – e imagina uma vigilância exponencialmente maior. Segundo, porque é megalomaníaco: a possibilidade de uma única empresa redesenhar a sociedade, ainda que com boas intenções, é aterrorizante. Terceiro, porque o próprio tom do vídeo é meio sinistro.

O vídeo esta logo abaixo (está em inglês; clique no botão Configurações para ativar legendas em português).

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