Um foguete de 3.000 anos da Suméria: a descoberta que desafia a arqueologia
Um foguete de 3.000 anos da Suméria: o enigma do “Istanbul Shem” que desafia a arqueologia

O Museu Arqueológico de Istambul guarda nos seus cofres um objeto que divide especialistas e alimenta teorias:
Uma peça que lembra um foguete em miniatura.
Entre explicações que vão da fraude à visita alienígena, o caso do Istanbul Shem expõe as fronteiras móveis entre ciência, mito e especulação.
É essa combinação de forma e detalhe que alimenta a polêmica:
Símbolo votivo? brinquedo antigo? modelo demonstrativo? Ou, para os mais radicais, a representação de um veículo voador.
Onde e quando teria sido encontrado

A narrativa popular associa a descoberta a escavações na antiga cidade de Tuspa — hoje conhecida como Toprakkale — região próxima ao Lago Van, zona histórica do Reino de Urartu (séculos IX–VII a.C.). Essa associação baseou a alegação de antiguidade de ~3.000 anos. Contudo, a documentação arqueológica que sustentaria essa datação é lacunosa ou inexistente em publicações científicas revisadas por pares, o que abre espaço para interpretações conflitantes.
Zecharia Sitchin: a divulgação que incendiou teorias
A difusão internacional do objeto foi em grande parte impulsionada pelo autor Zecharia Sitchin, conhecido por suas leituras heterodoxas de textos sumérios e pela hipótese dos Anunnaki. Sitchin descreveu o artefato como um modelo que teria, para olhos modernos, semelhança com um foguete, mencionando inclusive uma configuração de exaustores traseiros e um único piloto representado na peça. As interpretações de Sitchin são controversas e rejeitadas pela maior parte da comunidade acadêmica, mas seu trabalho foi decisivo para fixar a peça na cultura popular como “módulo espacial”.

Amplificação midiática e cadeia de custódia
O interesse pelo objeto explodiu nos anos 1990, quando publicações especializadas e revistas de mistério reeditaram fotografias e matérias apresentando o Shem como prova de tecnologia antiga. Títulos como a Fortean Times e a revista Atlantis Rising ajudaram a amplificar a narrativa.
Críticos, porém, lembram que a cadeia de custódia do objeto é frágil:
Sem documentação de campo e contexto estratigráfico, afirmações de antiguidade tornam-se especulativas.

Para uma conclusão robusta sobre a idade e a função do Shem, especialistas exigem evidência objetiva:
Datações independentes (por exemplo, por radiometria), documentação arqueológica estratigráfica, análises petrográficas publicadas em periódicos revisados por pares e a avaliação por pesquisadores especializados em Urartu e assiriologia.
Em ausência desses elementos, a hipótese mais cautelosa — e a mais aceita entre arqueólogos metodológicos — é de que não se pode afirmar nada com segurança.
Por que o caso fascina tanto?
O Istanbul Shem reúne ingredientes narrativos irresistíveis:
Uma forma que ativa a imaginação (semelhança com tecnologia moderna), lacunas documentais que permitem reconstruções radicais e o choque entre autoridade institucional (um museu) e teorias alternativas.
Esse cocktail mantém o objeto vivo no imaginário popular, alimentando documentários, fóruns e textos virais — ainda que a evidência científica permaneça insatisfatória.
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