
Sessenta e seis milhões de anos atrás, o reinado dos dinossauros — uma dinastia que dominou a Terra por mais de 160 milhões de anos — terminou de forma cataclísmica.
O responsável por essa virada dramática?
Um asteroide colossal, do tamanho aproximado de uma pequena cidade, viajando a mais de 20 km/s em direção aos mares rasos da atual Península de Yucatán, México.
O choque não foi apenas uma colisão; foi uma detonação em escala planetária. O asteroide esculpiu a cratera de Chicxulub — hoje com mais de 180 km de diâmetro — liberando energia equivalente a bilhões de bombas nucleares. Em seguida, a onda sísmica líquida irrompeu dos oceanos, gerando o mais devastador tsunami já ocorrido em nossa história geológica.
Um Tsunami de Dimensões Monstruosas
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Altura inicial estimada: até 1,5–1,6 km (quase uma milha)
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Velocidade próxima ao epicentro: superior a 100 m/s (mais de 350 km/h)
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Comparativo histórico: o maior tsunami moderno (Baía de Lituya, 1958) chegou a “apenas” 524 m
Imagine uma “muralha líquida” mais alta que os arranha-céus mais altos do mundo, lançando-se sobre a costa com uma força inimaginável. Diferente de tsunamis gerados por terremotos, essa onda foi um deslocamento direto de um imenso volume de água, agindo como uma verdadeira onda de choque líquida.
Fases do Tsunami e Ondas Secundárias

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Onda inicial: coluna d’água colossal elevando-se acima da cratera.
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Colapso e ricochete: o retorno da água à cratera criou um “respingo” gigante, gerando ondas secundárias.
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Propagação global: múltiplas frentes de onda irradiaram-se pelos oceanos, atingindo bacias distantes.
Simulações computacionais modernas foram indispensáveis para reconstruir cada etapa desse apocalipse aquático, permitindo entender como a energia se dispersou pelo planeta.
Evidências Geológicas em Todo o Globo

Mesmo a milhares de quilômetros de distância, geólogos encontram camadas sedimentares que carregam a assinatura do tsunami de Chicxulub:
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Quartzo chocado e microtectitos (esferas vítreas formadas pela fusão de rochas)
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Irídio: elemento raro na crosta terrestre, mas abundante em asteroides
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Depósitos massivos de detritos orientados na direção do choque inicial
Registros na Europa, África e Nova Zelândia confirmam a escala e a velocidade das ondas, revelando um fenômeno global que ultrapassou fronteiras oceânicas.
Ciência Forense em Escala Planetária

Ao analisar a direcionalidade dos sedimentos e o tamanho dos fragmentos transportados, os pesquisadores reconstroem a intensidade e a trajetória do tsunami. É como uma investigação forense, mas com a Terra inteira como “local do crime”. Esses estudos reforçam como um único evento no Golfo do México foi capaz de desencadear forças devastadoras em todos os cantos do globo.
O impacto de Chicxulub não foi apenas uma pedra caindo do céu, mas um verdadeiro “botão de reinicialização” para o planeta Terra. O tsunami de quase 1,6 km de altura foi uma das suas manifestações mais impressionantes, contribuindo decisivamente para o fim da era dos dinossauros e marcando o começo de um novo capítulo na história da vida.
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