Uma verdade aterradora foi descoberta: o universo pode estar à beira do colapso

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Durante quase três décadas, os astrônomos acreditaram que o universo estava acelerando, impulsionado por uma misteriosa energia escura.

Agora, porém, um grupo de cientistas sul-coreanos desafia essa narrativa e levanta uma hipótese perturbadora:

O universo poderia estar em colapso.

A história começou em 1998, quando observações de supernovas distantes surpreenderam a comunidade científica. As estrelas em explosão pareciam estar muito mais distantes do que as teorias previam — o que levou à conclusão de que o universo não estava desacelerando, mas sim expandindo a uma taxa acelerada. Para explicar esse comportamento foi proposta a existência de uma força repulsiva, a chamada energia escura, que virou pedra angular da cosmologia moderna e rendeu o Prêmio Nobel de Física de 2011 à equipe que a descobriu.

Esta imagem do Telescópio Espacial Hubble mostra uma supernova na constelação de Gêmeos. ESA/Hubble/NASA/RJ Foley (UC Santa Cruz)
Esta imagem do Telescópio Espacial Hubble mostra uma supernova na constelação de Gêmeos. ESA/Hubble/NASA/RJ Foley (UC Santa Cruz)

Agora, um estudo publicado no periódico Monthly Notices of the Royal Astronomical Society invoca uma reinterpretação inquietante dessas evidências. A equipe liderada pelo professor Young-Wook Lee, da Universidade Yonsei, analisou trezentas galáxias contendo supernovas do tipo Ia e identificou um efeito sistemático negligenciado: o brilho dessas explosões varia com a idade estelar.

Em termos práticos, estrelas mais jovens que produzem supernovas tendem a gerar explosões relativamente mais fracas do que sistemas estelares mais antigos. Até então, acreditava-se que as supernovas do tipo Ia tinham um brilho padronizado — a razão pela qual são usadas como velas padrão para medir distâncias cósmicas. Se esse pressuposto falha, então medições históricas podem conter um viés sistêmico que altera as conclusões sobre a taxa de expansão do cosmos.

Implicações: desaceleração, reversão e o espectro do Big Crunch

Ao incorporar o efeito da idade das estrelas, o panorama muda dramaticamente. Segundo Lee, o universo já poderia ter entrado em uma fase de expansão desacelerada, com a energia escura evoluindo ao longo do tempo de maneira mais rápida do que se pensava.

Esta imagem multiespectral da NASA mostra um universo repleto de galáxias de diversas formas, cores e tamanhos. A maioria é pequena, enquanto algumas são um pouco maiores. Algumas estrelas também estão espalhadas pela imagem.NASA/ESA/CSA/A. Pagan (STScI)/R. Jansen (ASU)/NASA
Esta imagem multiespectral da NASA mostra um universo repleto de galáxias de diversas formas, cores e tamanhos. A maioria é pequena, enquanto algumas são um pouco maiores. Algumas estrelas também estão espalhadas pela imagem.
NASA/ESA/CSA/A. Pagan (STScI)/R. Jansen (ASU)/NASA.

Em vez de um cosmos que acelera indefinidamente rumo a um frio vazio, estaríamos diante da possibilidade — assombrosa — de que a expansão pare e até reverta, culminando em um cenário de Big Crunch, onde o espaço começa a se contrair até reconcentrar toda a matéria e energia.

Lee admite que essa é uma possibilidade real e lembra que, até há poucos anos, o Big Crunch parecia ter sido descartado pelos modelos predominantes.

As conclusões provocaram respostas imediatas. Adam Riess — vencedor do Nobel de 2011 por parte do trabalho sobre expansão acelerada — criticou a base do estudo, alegando que as observações ainda apontam na direção oposta e que ideias similares já foram reexaminadas e rejeitadas no passado. Lee, por sua vez, rebateu ressaltando novos dados que sustentariam sua análise.

Esta imagem detalhada do Telescópio Espacial James Webb revela milhares de galáxias distantes, algumas datando dos primórdios da história cósmica. ESA/Webb/NASA/CSA
Esta imagem detalhada do Telescópio Espacial James Webb revela milhares de galáxias distantes, algumas datando dos primórdios da história cósmica. ESA/Webb/NASA/CSA.

Outros especialistas foram mais cautelosos. Dragan Huterer, da Universidade de Michigan, lembrou que alegações extraordinárias exigem evidências extraordinárias — e que a modelagem da evolução estelar precisa de mais confirmação observacional antes de desencadear uma revolução conceitual.

Paralelamente, o projeto DESI, no Arizona, publicou em 2024 o maior mapa tridimensional do universo já produzido, que também sugere que a energia escura pode estar enfraquecendo com o tempo. Esses resultados independentes reforçam a urgência de reavaliarmos parâmetros cosmológicos que julgávamos firmes.

O Observatório Vera C. Rubin, no Chile, é apontado como a chave para esclarecer o futuro do cosmos. Equipado com a maior câmera digital já construída, o observatório inicia uma missão de dez anos (programada para começar em 2025) que deverá detectar milhões de objetos e dezenas de milhares de supernovas Ia, multiplicando a precisão das medições e, possivelmente, decidindo entre expansão eterna e colapso.

O dilema final: eternidade gelada ou renascimento comprimido?

O DESI é um instrumento de última geração que mapeia objetos distantes para estudar a energia escura. Crédito: Marilyn Sargent/Berkeley Lab
O DESI é um instrumento de última geração que mapeia objetos distantes para estudar a energia escura. Crédito: Marilyn Sargent/Berkeley Lab.
Enquanto a controvérsia permanece, uma certeza angustiante persiste: nossa compreensão do universo é incompleta.

Será que caminhamos para um futuro de aceleração sem fim, um frio e vazio Big Freeze, ou o cosmos tem um relógio oculto que o levará de volta a um ponto único no tempo — um Big Crunch que transformaria tudo o que conhecemos?

Essa pergunta já não é apenas teórica. Com novos dados, novos mapas e novas análises, a resposta pode estar muito mais próxima do que imaginávamos — e, se Lee estiver certo, a história escrita nos céus pode terminar com um capítulo que ninguém previu.



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