O Mistério do Zumbido das Hébridas: O Enigma da Baixa Frequência na Ilha de Lewis

O Enigma do “Hebridean Hum” — o zumbido que varre a Ilha de Lewis e desafia explicações

O Zumbido das Hébridas Mistério de Baixa Frequência na Ilha de Lewis.

Em toda a Ilha de Lewis, nas Hébridas Exteriores da Escócia, moradores relatam um zumbido persistente e de baixa frequência que está fazendo janelas tremerem, atrapalhando o sono e forçando a comunidade a investigar em busca de respostas. Conselhos locais já recebem reclamações enquanto voluntários documentam horários e locais — mas, até agora, a causa persiste como um mistério. Reportagem da ITV detalha a onda crescente de queixas e os esforços comunitários para mapear o evento.

O que as pessoas estão ouvindo — descrições e sintomas

Ilha de Lewis.
Ilha de Lewis.

Testemunhas descrevem um som pulsante, monótono e contínuo — geralmente mais evidente à noite — que alguns comparam a “um motor distante em marcha lenta”. Relatos chegaram de diversos pontos da ilha e muitos afirmam que o ruído provoca dores de cabeça, tontura e insônia. Para quem escuta, a impressão é de um som que invade a casa e parece seguir a pessoa de um cômodo a outro, tornando a experiência exaustiva e, para alguns, insuportável. A cobertura da BBC e outras mídias locais documentaram histórias pessoais e o impacto na rotina familiar. Vídeo/reportagem da BBC.

O movimento nasceu na base: residentes criaram um espaço de denúncia e apoio no Facebook chamado “The Hebridean Hum”, onde já foram compartilhadas centenas de queixas e medições amadoras. Esse mapeamento colaborativo tem sido essencial para identificar padrões temporais e áreas mais afetadas antes mesmo de intervenções oficiais.

Gravações e medições — o tom em torno de 50 Hz

Lauren-Grace Kirtley diz que o som pode deixá-la tonta.
Lauren-Grace Kirtley diz que o som pode deixá-la tonta.

Algumas medições amadoras e técnicas registraram um pico dominante próximo a 50 Hz — uma frequência que chama atenção porque coincide com a frequência da rede elétrica na Europa. Porém, a presença de 50 Hz em gravações não implica automaticamente que a rede elétrica local seja a origem: fontes mecânicas, equipamentos industriais, sistemas de comunicações e até fenómenos de acoplamento estrutural podem produzir assinaturas nessa faixa. Notícias e análises locais confirmam leituras na ordem dos 50 Hz em vários pontos da ilha. Levantamentos jornalísticos destacam essas medições.

No início, moradores apontaram a Battery Point (Stornoway power station) — uma usina diesel operada pela SSEN — como possível causa. Técnicos e operadores chegaram a verificar equipamentos e, em alguns momentos, a usina foi temporariamente desligada, mas o zumbido persistiu, levando os investigadores a afastar essa origem primária por ora. A SSEN e relatórios locais explicam quando e por que a usina entra em operação, o que ajudou a cruzar horários de funcionamento com os picos sonoros reportados pelos moradores.

A comunidade e especialistas propuseram várias hipóteses plausíveis:
  • Ruído marítimo/submarino: embarcações, balsas e fontes subaquáticas (sonares, motores) podem transmitir vibração por água e solos costeiros, alcançando áreas na costa leste de Lewis.
  • Mastros e comunicações: antenas, estações rádio e equipamentos de transmissão podem gerar harmónicos ou vibrações acopladas a estruturas.
  • Amplificação geográfica: certas topografias e materiais de construção amplificam frequências graves, fazendo a fonte real parecer deslocada.
  • Fatores médicos/perceptivos: em alguns casos, tinnitus ou sensibilidades auditivas individuais ampliam ruídos de fundo — mas o padrão geográfico dos relatos sugere uma origem ambiental para muitos afetados.

Jornalistas e especialistas locais continuam a investigar todas as linhas, desde a hipótese técnica até explicações ambientais. Relatos locais registram essas linhas de investigação.

Por que localizar o zumbido é tão difícil?

A central elétrica de Battery Point foi descartada como causa.
A central elétrica de Battery Point foi descartada como causa.
Existem vários motivos técnicos e humanos que tornam a busca complexa:
  1. Baixa frequência viaja longe: sons de baixa frequência passam por longas distâncias e por materiais sólidos com pouca atenuação.
  2. Reflexões e acoplamentos: solo, marés, vento e estruturas arquitetônicas podem refletir e amplificar frequências específicas em pontos inesperados.
  3. Percepção humana variável: algumas pessoas escutam o som; outras não; e a percepção pode mudar com postura, janela aberta/fechada ou objetos vibrando.
  4. Padrões meteorológicos: o zumbido tem mostrado variação com a direção do vento e marés — dados meteorológicos regionais (Met Office) confirmaram episódios com componente leste em períodos recentes, o que poderia favorecer a transmissão de ruídos vindos do continente ou do mar.

Consultar as observações do Met Office para Stornoway pode ajudar a cruzar registros de vento com picos de ocorrência do hum.

Vozes locais: o que moradores dizem e o Impacto na saúde pública e na qualidade de vida

O Sr. McGowan, entre outros moradores, descreveu o som como onipresente e incapacitante.

Em entrevista ao Good Morning Scotland / BBC, ele resumiu a frustração comum:

“É um daqueles barulhos dos quais você não consegue escapar.”

Esse testemunho ecoa em dezenas de relatos que pedem soluções rápidas.

O som foi amplamente relatado na Ilha de Lewis.
O som foi amplamente relatado na Ilha de Lewis.

Mesmo que a origem seja ambiental, o impacto na saúde é real: insônia crônica, ansiedade, dores de cabeça e dificuldade de concentração estão sendo reportadas por muitos. Profissionais de saúde alertam que a persistência de distúrbios do sono pode provocar efeitos cumulativos graves, exigindo medidas de mitigação e suporte. Comunidades locais já articulam grupos de apoio e registro de sintomas para fortalecer pedidos por intervenções oficiais.

O que está a ser feito — e o que você pode fazer

Passos que a comunidade e as autoridades estão seguindo:
  • Mapeamento colaborativo: continue a registar ocorrências no grupo “The Hebridean Hum” para fortalecer evidências.
  • Medições técnicas: solicitar equipamento profissional para correlacionar registros sonoros com horários de operação de infraestruturas locais.
  • Transparência das operadoras: exigir que operadores como a SSEN publiquem logs de operação (horários de acionamento de geradores, manutenção, etc.) quando o hum foi reportado.
  • Cruzamento de dados meteorológicos: comparar picos de relato com direções de vento e fases de maré usando o Met Office e previsões locais.
A ilha se tornou viral em 2016 quando uma plataforma de petróleo foi levada para a costa.
A ilha se tornou viral em 2016 quando uma plataforma de petróleo foi levada para a costa.

O “Hebridean Hum” transformou um incómodo em mobilização: moradores, jornalistas e autoridades locais estão unidos numa investigação que mistura ciência, experiência cidadã e pressão pública. Embora várias pistas já tenham sido exploradas — e algumas descartadas — a combinação de registos comunitários, medições profissionais e maior transparência das operadoras é a via mais provável para se chegar a uma resposta.

Até lá, a ilha segue à escuta — e cada novo registo pode ser a peça que faltava para resolver o enigma.

Veja o vídeo da BBC:

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